Não tenho senão palavras duras pra te dar
O tempo inverte as coisas
Eu falo tanta bobagem
a ideologia
o truque, o golpe.
o medo da morte!
erro; segue
vivo; segue
desigual
todas as mulheres que amei
são mais fortes do que
eu
sigo
escrevendo
bobagens em caderninhos,
estas canetas que mancham os versos das páginas
como as deste feito sabe lá
pelas mãos de que trabalhador.
Não tenho senão palavras duras
tempo medoendurece
cores súbitas
bradam templos
a vida, súbito, se desfaz
sob uma fria
canção de ostracismo.
Amanhã você aprende:
às vezes é preciso ceder
quase sempre é melhor ficar calado
e quem chorou chorou.
A gente já não tem mais nada a ver
outramo-nos.
previno-me contra
tuas
palavras duras
palavras duras tuas que
não cessam de se dizer
palavras que se merecem
não tenho senão
palavras
duras.
mas o que poderiam dizer
minhas palavras?
são quase soluços
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