a arte de substituir não requer treino
tantas coisas parecem querer perder-se
e outras se enfileiram pra tomar o seu lugar
todo hoje substitui um ontem. Aceite o
farfalho da chave perdida, a hora mal gasta,
Atrás de uma nova porta, outro relógio
Pratique substituições selvagens
carne por melancia, troque de emprego
a vida segue, não é segredo
Perdi minha mãe e aprendi trompete,
olha só! tantas coisas se foram
não é difícil achar outras
mudei de cidades, em cada nova encontro a antiga. Todas se parecem com Niterói, há sempre uma rua das pedras
Mesmo você, quando se foi (voz
risonha, gesto amado), não
vou mentir. Outros rostos virão, outros corpos, é simples,
ainda que pareça (escreva!) desastre.
16.10.24
Outra arte
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário