20.10.15

eros dias deus te amar


[arcos cantos
caramanchões
verdes punções subterrâneas
insensatos aguaceiros
  lamaçais


ouço o nome do deus
deus morto
deus vivo


oblongos magnetos 
avísceras
pernósticos dialetais
vacâncias anulas]*






1.
o som e o
susto que a gente leva depois
  eu  não tava preparado pra isso

o cântico e a união com os céus
   ruído profundo da terra

ouvido nos pés
a cabeça... ?

qual é o olho que me olha
qual mão conduz o olhar?
de sonho e...

vivo a madrugada dos sentidos
prolonga-se eterna a
    desrazão

um outro desmedido
desmentida
          razão

e mais
onda, brilho, vapor
- uma palavra selvagem

[cantara o amanhecer

         motómono
         autômono
         sincrômito]



2.
    o cheiro intenso
    do esgoto
    
     nesse calor as baratas
saem todas de suas casas
mas não deixam suas 
cascas

   pensas em febres
sinto desamores

a passagem do tempo ilude
quando muda passa tudo
             passo mudo
             .
             .
             .

2 comentários:

Anônimo disse...

.
.
eros/lotus lágrima
choro no olho que não te vê
invertido faz tempo
imagem formada
infinitesimal duração
intervalo caótico
estômago é vácuo
silêncio que alimenta
no tempo sem imagem/inversão
silêncio é companhia
já que febre não cabe no vazio
o caos ordena e eu escrevo
.
.

Anônimo disse...
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